Casos de Esporotricose em animais e em pessoas foram registrados em Patrocínio
A Secretaria Municipal de Saúde recebeu na última semana a primeira notificação de caso de Esporotricose em um indivíduo e em um animal em Patrocínio. O paciente contraiu a doença ao ser arranhado por um gato que estava contaminado. O paciente fez exames laboratoriais, a doença foi confirmada e já iniciou o tratamento, com um prognóstico muito favorável para a cura. O animal agressor também obteve o diagnóstico para a doença e como se tratava de um animal “errante” foi encaminhado para a eutanásia.
Após a notificação a equipe de Vigilância em Saúde (Epidemiológica, Sanitária e Ambiental) se reuniu com médicos veterinários e um médico especialista em Infectologia para a elaboração do Protocolo Municipal de Enfrentamento da Esporotricose para planejar as ações e tomar as medidas de contenção e evitar uma possível epidemia no município.
Até o momento três casos da doença em felinos já foram notificados em gatos provindos de diferentes bairros da cidade.
Os gatos (sintomáticos ou não) são considerados atualmente como principais reservatórios da doença. Animais como cavalos, cães, ratos e galinhas podem apresentar o quadro clínico da doença ou serem portadores dos agentes causais, também existem relatos de transmissão por tatus. Os cães, embora adoeçam, não parecem desempenhar um papel importante na cadeia epidemiológica da micose, não havendo comprovada a transmissão aos seres humanos por estes animais.
A elevada proliferação de gatos em praças e terrenos baldios e ainda, o hábito de pessoas recolherem animais (sadios ou doentes) das ruas, abrigando-os em casas ou apartamentos, acabam formando colônias numerosas, sem qualquer controle sanitário. Em decorrência dessa situação, gatos portadores da Esporotricose, com lesões ulceradas, quando são introduzidos nestas colônias, disseminam a infecção para outros animais.
Sintomas em humanos
Indivíduo que apresente lesões na pele, começando com um pequeno nódulo, que pode evoluir para úlcera, com ou sem pus, às vezes formando uma série de nódulos ou úlceras, acometendo geralmente os braços, pernas ou rosto; com história epidemiológica compatível de contato com animais, especialmente gatos e/ou cães, ou ainda, após pequeno acidente, onde a pele entre em contato com algum meio contaminado pelo fungo, tais como, tábuas úmidas de madeira, solo, palhas, farpas, espinhos e vegetais. Os indivíduos com estes sintomas devem procurar a unidade básica de saúde para atendimento.
Sinais nos animais
Formas clínicas graves são comumente observadas em felinos, com comprometimento do estado geral e óbito do animal. Nos cães é comum a forma cutânea fixa ou linfocutânea, com comprometimento nasal e/ou com alterações respiratórias. Ao contrário de outras doenças de pele, as lesões causadas pela Esporotricose não costumam causar coceira. Podem surgir nódulos firmes, áreas de alopecia e úlceras no tronco, cabeça e orelhas. Os animais podem perder apetite e peso. Os proprietários de animais com estes sinais devem conduzi-los ao atendimento médico veterinário imediatamente.
As notificações dos casos em animais e humanos devem ser feitas de forma imediata ao Serviço de Vigilância Epidemiológica.
Tratamento
Existem tratamento tanto para o homem quanto para os animais contaminados e devem ser prescritos pelos profissionais médicos de cada área de atuação.
Medidas de controle
- O hábito de manter gatos semi-domiciliados, ou seja, com acesso à rua, aumenta a possibilidade de contágio;
- Recomenda-se a castração dos felinos, que reduz o interesse de saída para a rua e as brigas que podem ocorrer envolvendo o acasalamento;
- A posse responsável dos animais é uma importante ferramenta de controle da doença.
- Durante o tratamento deve reduzir o contato com o animal e utilizar luvas de látex para proteção;
- Para reduzir a manipulação do animal durante o tratamento do mesmo, é fundamental que seja facilitada a ingestão do medicamento, como por exemplo, junto com a ração ou patê;
- Aconselha isolar o animal doente do contato com outros animais e pessoas;
- Em caso de morte do animal com a Esporotricose, não se deve enterrar o animal e sim conduzi-lo para a incineração que deverá ser providenciada pelo Canil Municipal;
- Não há vacina contra a doença.
CAPACITAÇÃO
Está prevista uma capacitação para profissionais de saúde (médicos e enfermeiros) sobre a assistência ao paciente com Esporotricose. O evento será realizado no próximo dia 3 de agosto, às 15h, no Auditório Geraldo Campos da Prefeitura Municipal de Patrocínio. Os médicos veterinários também serão convidados a participarem do evento, tendo em vista a relação direta entre animais e homem na transmissão da doença.