A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Patrocínio e a Polícia Civil realizaram uma coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira (17), no auditório da OAB, para alertar a população sobre o aumento de golpes praticados por criminosos que se passam por advogados.

Durante a coletiva, o advogado Aureslindo Ferreira da Silva Neto, presidente da Comissão de Direito Penal da OAB Patrocínio, destacou que os golpistas utilizam informações reais dos processos judiciais para convencer as vítimas de que precisam fazer pagamentos. Segundo ele, os estelionatários entram em contato se passando por advogados, utilizando estratégias de engenharia social para enganar clientes com propostas indevidas.

“Esses criminosos acessam dados dos processos e fazem a vítima acreditar que precisa pagar uma taxa para liberar um alvará ou receber algum valor. Isso tem prejudicado não só os clientes, mas também os advogados, que veem seus nomes usados indevidamente”, alertou Aureslindo.

O advogado reforçou que o melhor caminho é sempre entrar em contato pessoalmente com o advogado responsável ou pelos canais oficiais. A OAB tem trabalhado em conjunto com a Polícia Civil e com a imprensa para combater esse tipo de crime.

O delegado da Polícia Civil, Dr. Geraldo Júnior Gonçalves, também reforçou o alerta, explicando que os criminosos costumam abordar as vítimas por meio de aplicativos de mensagens, como o WhatsApp, e muitas vezes têm acesso a informações detalhadas dos processos.

“Eles sabem o andamento do processo, o número da ação, a fase em que está. Isso faz com que a vítima acredite que está falando com seu verdadeiro advogado. Mas é preciso desconfiar, especialmente se o contato for de um número desconhecido ou com pedido de dinheiro”, explicou o delegado.

Ele ressaltou que nenhuma autoridade judicial — como juiz, promotor ou delegado — entra em contato direto solicitando pagamentos. Em caso de suspeita, a orientação é procurar diretamente o advogado ou registrar ocorrência na delegacia e acionar a instituição financeira para tentar o bloqueio do valor transferido.

A Polícia Civil confirma que há investigações em curso envolvendo esse tipo de golpe na cidade, especialmente relacionados a ações previdenciárias e processos da chamada Lei 100, envolvendo professores. Os criminosos, segundo o delegado, agem com base em informações privilegiadas e tentam induzir ao erro pessoas que já têm processos em andamento.

A OAB e a Polícia Civil pedem que qualquer cidadão que receba mensagens suspeitas procure imediatamente o seu advogado e evite realizar qualquer tipo de pagamento sem confirmação da veracidade da solicitação.