Pesquisa em unidades demonstrativas de cultivares de café geram resultados para cafeicultores no Cerrado Mineiro
Parceria entre FUNDACCER e EPAMIG se prepara para apresentar o terceiro ano de resultados alcançados no cerrado Mineiro em trabalho desenvolvido em conjunto com cafeicultores.
Por Federação dos Cafeicultores do Cerrado em parceria com EPAMIG
As unidades demonstrativas de cultivares é um projeto em parceria da FUNDACCER – Fundação do Desenvolvimento do Cerrado Mineiro e EPAMIG – Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, cujo objetivo é validar, difundir e recomendar cultivares do programa de melhoramento da EPAMIG com adaptabilidade de produção e qualidade superior de bebida para a Região do Cerrado Mineiro, a qual compreende 55 municípios, analisando o comportamento da planta com vistas a promover tecnologia e sustentabilidade para a atividade.
Resultados conclusivos
As promotoras do projeto, Fundaccer e EPAMIG, se preparam para apresentar os resultados de seu terceiro ano de pesquisa. Após cinco anos desde o plantio e passando por três safras produzidas, o projeto, com 26 unidades demonstrativas que conta com 12 cultivares diferentes em 12 municípios, tornará público os resultados conclusivos que gerarão novas recomendações de cultivares para a cafeicultura no Cerrado durante o 6º Encontro de Inovação e Tecnologia para a Cafeicultura do Cerrado Mineiro, que acontece no dia 25 de novembro, a partir das 10h, com programação presencial e online.
Para o superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado, mantenedora da Fundaccer, Juliano Tarabal, o trabalho desenvolvido em parceria com a EPAMIG demonstra o compromisso da Região do Cerrado Mineiro em apoiar os cafeicultores e avançar rumo a uma cafeicultura sustentável, tecnológica e resistente às adversidades, sendo que os resultados trarão conhecimentos que fortalecem a atividade na primeira região com Denominação de Origem para café do Brasil
“Os resultados deste projeto são muito aguardados pelos cafeicultores de toda a Região e chegam em um momento muito oportuno que é o pós-geada, em que muitos cafeicultores irão renovar suas áreas, tendo, portanto, a oportunidade de recomeçar com novos materiais. Estamos felizes em podermos oportunizar aos cafeicultores esta possibilidade e temos certeza que os novos materiais irão elevar a produtividade e qualidade em nossa Região. Tudo isso é possível quando se têm investimento em pesquisa e parceria, e, aqui, incluímos a EPAMIG, EMBRAPA, as cooperativas e associações do Sistema Região do Cerrado Mineiro e, principalmente, os cafeicultores”, avalia Tarabal.
Apoio pela pesquisa
Na Fazenda Rio Brilhante, situada no município de Coromandel-MG, a cafeicultura é irrigada por gotejamento e a propriedade encontra-se a 1.100 metros de altitude, colhendo sua terceira safra após o início da pesquisa. A unidade demonstrativa da propriedade representa garantia da produção, com melhorias de processos e ganhos na produção, como conta Noé Bartholomei, diretor da propriedade.
“Esse projeto é de suma importância para nós, pois, pelo café ser uma cultura perene e que na Região do Cerrado Mineiro ficará entre 15 a 20 anos, não podemos errar. O cenário do clima tem mudado bastante nos últimos oito anos, então vemos a importância de um campo com uma gama de variedades, dentro de microrregiões, para que possamos analisar, profunda e assertivamente, todo o nosso plantio futuro e também o nosso plantio de reposição de área”, analisa Noé.
O pesquisador da EPAMIG Gladyston Carvalho reitera que o objetivo do projeto é oferecer ao cafeicultor a recomendação de cultivares que apresentem produtividade aliada a outra característica de interesse, como qualidade, resistência, adaptação à colheita mecanizada, dentre outras, contemplando as diferentes condições de clima, solo e disponibilidade hídrica das microrregiões do Cerrado Mineiro.
“Até esse momento, algumas cultivares já estão consolidas, como é o caso da MGS Paraíso 2, que tem se destacado em produção e qualidade, tanto nas unidades experimentais, quanto em escala comercial. Em função dos resultados já alcançados e dos aspectos das plantas em campo, acreditamos que após a quarta colheita, em 2022, outras cultivares também entrarão na lista de recomendação, casos da MGS Ametista, da MGS EPAMIG 1194 e da MGS Aranãs”.
O pesquisador conclui “fica o convite para que o cafeicultor continue acompanhando nossos eventos e fazendo visitas às áreas experimentais e ao Campo da EPAMIG em Patrocínio. Pois nós continuamos buscando novas informações para gerar conteúdos que possam atender o maior número de áreas de sistemas produtivos no Cerrado Mineiro”.
Trabalho conjunto, resultados compartilhados
Para o cafeicultor de Patrocínio-MG, Osmar Nunes Júnior, proprietário da Fazenda Freitas que fica a uma altitude de 900 metros, possui cafeicultura irrigada sob sistema de gotejo e com terceira colheita da unidade; vê que importância da junção da Fundaccer e da EPAMIG é a diversidade de variedades em sua fazenda, cuja declaração é complementada por seu filho, Gabriel Nunes.
“A partir de um campo experimental podemos ver quais materiais estão se desenvolvendo melhor, bem como as novas variedades genéticas que estão vindo e o melhoramento do café e isso é de grande importância de ser realizado em cada local, pois cada variedade pode se comportar de formas diferentes em cada microrregião”, avalia o produtor que é também engenheiro agrônomo.
Logo, o foco é compartilhar conhecimento considerando as particularidades de cada região e promovendo o crescimento conjunto da Região do Cerrado Mineiro, caminho aprovado pelos cafeicultores.
“Pertenço à quarta geração de cafeicultores da minha família e percebo que para se ter sustentabilidade numa atividade, precisa haver pesquisa de variedades, pois assim há condições de analisar as variedades que se adaptam a cada microrregião, com produtividade e com qualidade”, conclui Acácio Dianin, produtor de Monte Carmelo.
Depoimentos dos produtores e pesquisadores podem ser conferidos em web série que será exibida nas redes sociais da Região do Cerrado Mineiro.