Uso de ultrassonografia em anestesia
A equipe de Anestesiologia da Santa Casa de Patrocínio adquiriu, recentemente, um equipamento portátil de ultrassom para melhor atender seus pacientes.
Com uso da ultrassonografia, é possível a realização de bloqueios de nervos periféricos, punções de acessos centrais, acessos venosos periféricos e arteriais com visualização em tempo real das estruturas anatômicas desejadas e da agulha utilizada para o procedimento. Isso contribui para uma maior precisão e eficiência durante tais procedimentos, com redução de complicações e maior conforto para o paciente.
O primeiro relato do uso de ultrassonografia em anestesia regional foi feito em 1978, em um bloqueio de plexo braquial (utilizado para anestesia ou analgesia do membro superior) por via supraclavicular. O bloqueio foi realizado identificando apenas os vasos subclávios e administrando a solução de anestésico local em torno deles. Contudo, apesar da obtenção de alto índice de sucesso na anestesia do plexo braquial, a impossibilidade tecnológica de visualizar as estruturas não vasculares adjacentes ao plexo braquial e de filtrar a geração de artefatos das imagens obtidas, acabaram detendo a conquista da popularidade da assistência ultrassonográfica à anestesia regional no primeiro momento. Nos últimos dez anos houve um grande progresso na geração e resolução das imagens ultrassonográficas, permitindo a visualização não apenas de vasos, mas de raízes nervosas, nervos periféricos, dura-máter, pleura e fáscias. A evolução tecnológica dos aparelhos de ultrassom possibilitou sua compactação em máquinas portáteis com alta qualidade de imagem e maior versatilidade. Assim, a aplicação da ultrassonografia vem se tornando cada vez mais presente na prática da anestesia regional.
As técnicas de bloqueios guiado por ultrassom são baseadas na visualização das estruturas nervosas, da agulha de bloqueio e das estruturas anatômicas adjacentes. Assim, é possível depositar a solução de anestésico local precisamente em torno dos nervos e acompanhar sua dispersão em tempo real, obtendo assim um bloqueio mais eficaz, de menor latência, menor dependência de referências anatômicas (com visualização de variações anatômicas), necessidade de menor volume de solução anestésica e maior segurança.